LUCIANA E EDIMAR - LVRO
LUCIANA E EDIMAR - LVRO

 

 

LUCIANA E EDIMAR - PARTE I

 

 

Olá, amigo leitor

Que ler esta obra,

Escrita com amor,

Muito animada, embora,

Descreve também a dor.

Preste atenção, agora.

 

De ser poeta tenho a graça,

Pra mim, é fácil rimar.

Acredito que aqui nasça

O que tenho a expressar.

Que neste campo se faça

Grafada o que quero contar

 

Sou Valdir de Deus Silva,

Professor e poeta baiano;

Admiro a cultura viva,

Seja de fulano ou cicrano.

Peço contemplação decisiva

Para nós, talentos humanos.

 

Revelo uma personagem

Desta história, Luciana,

Mulher de muita coragem

E de um coração que ama;

Natural de Chã Grande

Esta pessoa tão bacana.

 

Luciana Alves dos Santos

Morena clara, cabelos longos

Boa estatura, vinte e sete anos

Corpo proporcional vá notando;

Amiga atraente, boa conduta

Provo, pois a vi dialogando.

 

Moça simpática, a morena,

Pessoa agradável, bem legal;

Não é grande nem pequena

Falava bonito, bem formal.

Não era lá estrela de cinema,

Mas era bonita, afinal.

 

Apresento-lhe outra pessoa

Decente por nome Edmar.

Rapaz de atitudes boas,

Comunicativo, você vai gostar;

Do Nordeste, lá da Bahia

Que vivia sempre a viajar.

 

No ano de noventa e três,

Inicio do mês de janeiro,

Edmar andava a trabalho

Fazia pesquisa na cidade

Bela capital do Sergipe

Estava lá como forasteiro

 

Com o objetivo de economizar

Seu dinheiro, na verdade,

Á noite chegou pra descansar

Ao terminal rodoviário,

Lugar de onde se levam

E também deixam saudades.

 

Ante a parte do desembarque

Onde descem os passageiros

Viu uma formosa criança

Recebendo alguns beijos,

Sem saber que antes um olhar

Já havia te visto primeiro.

 

Sentou-se próximo, assistido

 Àquela cena no ensejo.

Uma delas era beijada;

A outra, lhe pedia cheiro.

Era uma mãe e duas filhas

Todas jutas num gracejo.

 

Observando as lindas crianças,

Felizes num colo materno,

Invejou o tempo de bonança

Sabendo que não é eterno.

Aquele homem não sabia

O que aquela mãe sentia.

 

Depositou-lhe nas crianças

                                                    Muita amizade e confiança                                                                                         

Presenteou uma com um livro

Feito da sua própria autoria.

A outra ficou com ciúmes

Pois á sua mãe, ela pedia.

 

O homem lhe deu um também

Já que realmente queria

A mãe ficou tão contente,

Ela achou muito importante

Começou com ele dialogar

Se conhecendo naquele instante.

 

A mulher leu e perguntou:

“Meu amigo, Edimar é você?”

Ele afirmou e ela continuou:

“O meu nome é Luciana,

Popularmente chamam’ Lu’”

E novamente voltou a ler.

 

Ela olhava suas duas filhas

Com um olhar tão calmo

A garota menor insistia

Querendo o livro pra ver.

A outra, empolgada disse:

“O meu, nuca vou perder.”

 

“Luciana, amo as crianças

Gosto mesmo por natureza.

Que lidas flores que deus,

Nosso bondoso Pai lhe deu!

Aos olhos de todos sei que são

Sem duvidas uma beleza.

 

Veja que elas também

Souberam conquistar eu.

Como é que se chamam?”

“É a Geórgiae e a Daniela”

Ele ouviu e lhe respondeu:

“Bonitas, todas são belas”.

 

Falarei das crianças, depois,

Seres que deus sempre abençoa,

E falo da mãe, veja como foi,

O passado da principal pessoa

Personagem desta historia

Que está na minha memória.

 

“Amiga, de onde vieram?

Acredito, que moram longe”.

“Chegamos de Chã Grade,

Por volta das catorze horas”.

Edimar, retomando, continuou:

“Esta cidade fica mesmo onde?”

 

“Fica no estado do Pernambuco

Portanto esta cidade é distante”.

Ele falou pra ela que morava

No vizinho estado da Bahia

E que logo no próximo dia

Pra sua terra retornaria.

 

“Luciana, cadê o seu marido?”

Ela chorando baixou a cabeça,

Mas falou: “Colega, eu te digo,

Porem, não se aborreça,

Aliás, você é compreendido

Saber tudo acho que mereça”.

 

Vendo ela sem se controlar

Edimar disse: “Não fique assim!

Acho que te fiz magoar”

Ela ficou com um olhar triste

Alegando estar revoltada,

Por nunca ter sido amada.

 

“Edimar, você é ótima pessoa,

Ama as crianças, não é à toa;

Amar os seres infantis

Deste jeito, assim nunca vi.

Sua alma é sentimental

E também inimiga do mal.

 

Por não termos, ainda

Assim, muita intimidade

Poderei até agir contra

Ferindo, quem sabe, a ética,

Explicando com clareza,

Portanto, a minha realidade.

 

Desculpe! Vou ser com você

Direta e até muito indiscreta.

Quero revelar, aos poucos,

Aqui, algumas confidências.

Me ouça, amigo, por favor,

Sei que você tem paciência.

 

Estou separada do marido

Decidi isto há pouco tempo.

Tenho que consumar, lhe digo

Tento controlar, não consigo.

Esta decisão será enraizada

Chega de amar sem ser amada.

 

Portanto, Edimar, me ouça

Você é pessoa de confiança;

Quero contar-lhe minha vida,

Um passado sem vingança.

Estou confusa, depressiva”.

E pega no colo uma criança.

 

“Amigo agora, recentemente

Aumentou a humilhação

Acredito que neste mundo

Ninguém, jamais mereça

Passar o que tô passando.

É grande minha confusão.

 

Consequência duma grande,

Também esperada desavença

Que não pude mais suportar

E sai logo, sem trazer nada.

Estou com estas crianças

Confusa e desesperada”.

 

“Amiga, você ainda é jovem,

Valorize a sua própria vida;

Seja otimista, não se jogue

Sinta-se importante, querida.

Também sua presença física

É meiga e muito justifica.

 

Tal separação foi sucedida,

Me deixa claro, bem ciente

Duma vida que não era de gente,

Porque o amor estava ausente.

Com experiência, vá namorar,

Mas se limite, não vá’ficar’”.

 

“Edimar, lhe peço desculpas,

A primeira parteesqueci,

Pois, só contei pravocê

Sobre esta tal separação;

Mas tive um outro marido

Com quem antes deste vivi.

 

Parece que não tenho sorte,

Não sei o que é isto, não.

Só mesmo na adolescência

Posso dizer que fui feliz.

Aquele tempo já passou,

Foi tão rápido que nem vi.

 

Com dezoito anos viajei

Pra capital de São Paulo

Lá conheci um sergipano

Com quem logo me casei.

E logo no final de dois anos

Foi quando, grávida fiquei.

 

Não demorou, ele faleceu

Assim, não viu o fruto seu.

Portanto, esta linda menina

Carinho do pai, nunca recebeu.

Seu avô sempre a protegeu,

Além dos cuidados meus.

 

Voltei pra o Pernambuco,

Minha querida terra natal,

E como se ainda fosse pouco

Surge desta união este mal.

Antes deste fracasso nasceu

Esta menina, a Georgia.

 

Esta criança sempre chorava,

Quando via o pai bebendo;

O álcool ajudou na separação,

Por isso, agora to voltando

Novamente pra São Paulo,

Aos poucos vou retornando”.

 

A história de Luciana

Comoveu o rapaz tanto

Contada até o início

Daquela madrugada.

O olhar dela confiante

Te  olhava a cada instante.

 

O rapaz a ouvia e tinha

Uma dó dela danada

Todos reunidos num canto,

Às vezes caiam em pranto

Vendo uma gente arruinada:

Sem chefe, sem amor, nada.

 

“Luciana, Deus não te abandona

Ele gosta das pessoas humildes.

Vocês são criaturas humanas

E serão felizes, não duvide.

No seu coração ele reside

E as crianças  ele defende”.

 

“Edimar, meu companheiro

Tenho fé no nosso Salvador.

De manhã, logo cedinho

Tirar a minha passagem vou.

Deixarei você, meu amigo

Que tanto, tanto me ajudou.

 

Mas te levarei no coração

Na viagem por onde for.

Um amigo como você, assim

Na vida eu nunca conheci.

Pra mim foi muito importante,

Muito bom mesmo te ouvir.

 

Lá na  cidade paulistana

Mora meu querido padrinho

Sabendo da situação minha

De me ajudar ele garantiu.

Eu não queria lhe incomodar,

Mas não vejo outro caminho.

 

Preciso depender dele

Pra começar logo a trabalhar.

Estou confiante, pois ele

 Tem muitos conhecidos lá

Um emprego me garantiu,

Logo assim que lá eu pisar”.

 

“O dia demora a amanhecer,

Ainda nem é madrugada

Vamos fingir que tá tudo bem,

Não fique triste, desanimada.

Vamos conversar, nos divertir

Não quero ver você assim.

 

 Amiga, minha alma também

Tristeza começa a sentir

Fico compadecido vendo

Você assim como uma refém.

Quero que você volte a sorri

Sou seu amigo, estou aqui.

 

Vamos falar da juventude,

Aquele tempo de bonança

Mesmo sabendo que aquela 

Essência perdemos, porém,

Em nós, que interessante

Mora uma invisível criança.

 

Que está nos alimentando

De sonhos, coisas naturais.

Me fale de você, quando

Era aquela menina moça

Que pra você lhe conto

Sobre meu tempo de rapaz.

 

Me fale do primeiro beijo,

Lá do caminho da escola;

Ou, talvez bem escondidinho

No terreiro do seu vizinho

Que acontece às pressas,

Por isso, às vezes não cola.

 

Quem sabe você se lembra

Daquele abraço apertadinho.

Uma cena minha com alguém

Eu conto pra você, agora,

Pois, as primeiras emoções

Ainda lembro de tudinho.

 

Supondo que tenhamos

Treze ou catorze anos,

Vamos buscar na mente

Experiência, emoções boas

Que aconteceram na gente

Na estrada, voltando da festa.

 

Já que tamo sem fazer nada 

Aqui nesta madrugada à-toa

Falemos daquele viver da gente

Que não voltar mais nunca.

Nos rejuvenesce só em lembrar

Aquele passado que voa”.

 

 Ela pediu que lhe contasse

Aquela primeira aventura,

E que lhe deu mais sabor

E marcou mais a vida sua

Que também lhe contaria

Sua vida na fase de doçura.

 

A qual deveria ter sido

Sabiamente bem dividida.

E que com ele foi quase

Igualmente do mesmo jeito,

Porque é difícil de se agir

Sem maldade, com respeito.

 

“Luciana, lhe conto um passado

De quando eu era adolescente.

Sei que, realmente cometi,

Sem saber alguns pecados,

Mas, o Poderoso e Onipotente

Perdoa o ser, quando inocente.

 

Não citarei nome de ninguém,

Pois, o intuito é de divertir.

Buscado num tempo além

Jamais a alguém vá ferir.

No início fomos sapecas

E praticamos coisas antiéticas.

 

Houve uma época de costume     

Festas dançantes aos domingos,

Assim ninguém mais se reúne.

A gente acabava se divertindo,

Sentíamos: maldades e ciúmes;

Amava; odiava – e curtindo.

 

Na casa do vizinho, uma radiola

Também, bastante caipirinha

Levávamos dentro duma sacola

Roubadas algumas galinhas.

As lambadas eram bem tocadas,

Animando aquela moçada.

 

Certa vez, numa das festas,

Uma jovem morena conquistei

De frases lindas deixei repleta,

A espada da paixão nela acertei.

Ficou indecisa, muito discreta,

Mas aceitou-me, quando beijei.

 

Depois das frases de amor

Que eu disse fui correspondido

Seguindo dum abraço me beijou,

Naquela hora fiquei atrevido.

Nos meus braços ela se ajustou

Fiquei sendo um rapaz querido.

 

No terreiro nosso romance:

Muita timidez e experimento,

Que não tínhamos vivido antes.

Eram doces aqueles momentos.

Aquela noite foi muito marcante,

Nunca ficou no esquecimento.

 

Estávamos sendo incomodados

Pelos olhares das pessoas;

Estávamos envergonhados

E começamos a ficar à toa.

Convidei ela pra sair comigo,

Pois, só pensava naquilo.

 

Paramos embaixo dum juazeiro

E ali, foi que foi namorar.

Estava tudo seco, era janeiro,

A lua-cheia a nos alumiar;

A essência da catingueira

Se misturava com seu cheiro.

 

Uma coruja pôr-se a cantar,

Ela teve medo em pleno luar;

Peguei no colo fingindo acalentar

Mas eu só queria era abraçar,

Não parava de lhe apertar

Num ’pega-e-larga’, tanto amassar.

 

Mostrava-me um sorriso de amor,

Me abraçando, tentava saciar,

Nos lábios daquela linda flor

Eu beijava sem querer parar.

Saia de nós uma onda de calor,

Uma fogueira a nos queima.

 

Ela colou na minha boca,

Impedindo-me de respirar,

Me apertando estava louca,

Até pensei que ia me matar,

Me sugando uma vez após outra,

Nas pontas dos pés a se esticar.

 

Juro que não sabia descrever,

Quando me beijava e abraçava:

Tinha medo, começava a tremer

Uma onda de amor vinha e passava;

Pelo meu corpo sentia correr,

Quando seus braços me laçava.

 

Ela descansou o seu corpo

No tronco daquela árvore;

Eu colado nela e ela ainda

Na agonia, querendo, puxava.

Fui lentamente acariciando

Aquele corpo sensual dela.

 

Seu corpo fui conhecendo,

Com minhas mãos a acariciar;

O seu bumbum empinado

Que me atraia para pecar.

E eu não sabia o porquê

Dela tremer e  se arrepiar”.

 

Luciana se empolgou na história,

Sorrindo, esqueceu a tristeza;

E disse: “Tem tudo na memória,

Até detalhes conta com clareza”.

“É só o começo, minha filha,

Ainda tem mais - disse Edmar.

 

Parece que queria me devorar,

Quando eu acariciava seu rosto;

Ainda, não sabíamos nos amar,

E pensei: ’mas que gostoso gosto!

Eu não sabia que namorar

Desse tanto prazer pro moço’.

 

Quando no seu corpo vagava

Via que ela estava a subir,

Na árvore, mais se atrepava,

Acredite, não gosto de mentir.

Mais alta que eu ela estava

O acontecido tentei impedir.

 

’Amor, desça!  A lua fica além!

Você pode sofrerum acidente’.

E insisti mais: ’Desça daí, vem!’

Estava assanhada, realmente.

Desceu de lá desequilibrada

Deixando sua blusa enroscada.

 

Luciana, ela se machucou

Mas nem conseguiu notar,

Porém, na descida posso

Dizer que deu muita sorte,

Pois um espinho rasgou

Toda a sua blusa, mas note:

 

No corpo dela não ficou

Nenhum simples corte.

Nem o susto que ela levou

A fez parar pra pensar

De tão grande era a paixão,

 Uma tão forte sensação.

 

Ela chorou de tanta emoção;

Subiu sem perceber de costas

No tronco daquele juazeiro

Dominada pela ansiedade

Que vinha do seu coração

Num momento de maldade.

 

Não interessava se o amor

Era ou não verdadeiro;

Ela subindo e eu puxando,

Naquela aflição, lutando;

Era uma loucura mesmo

Os dois naquele pizeiro.

 

Quando ela desceu de lá,

Veio e caiu sobre mim;

Tive susto, mas também

Senti uma gostosa censura:

Pois caiutoda, toda despida

Do céu, aquela linda figura.

 

Ela se levantou tremendo,

Mas só que não era da queda;

E ainda ficava só gemendo,

Aí consultei o coração dela.

Estava correndo à mil por hora

E falei:’ o que eu faço, agora?’

 

A respiração dela estava

Apressada e atrapalhada

Tropeçando as palavras,

Devido a tanta timidez.

Eu não sabia porque estava

Daquele jeito tão cansada.

 

Comigo também se passava

Uma coisa boa e uma agonia.

Nós não sabia, mas o pai dela

No terreiro tinha chegado;

Estava pesquisando calado,

Mas, alguém deve ter contado.

 

’Amor, ai, ai que gostoso!

Que coisa boa dentro de mim.

De amor, sei que vou morrer,

Sinto meu corpo adormecer.

Na vida nunca pude sentir

Algo tão gostoso assim.

 

Me abrace do jeito que quiser,

Felizmente, chegou avez;

Assim eu sou mais  mulher,

Agora, sou todinha de você

 Sinto uma tão boa gostosura

E uma dor sem fazer doer’.

 

Levamos um tremendo susto

Que quase morremos ali,

Quando o seu pai chegou

Disse: ’Moleca, venha aqui:

Agora vou matar este cara

E nós, conversaremos em casa’.

 

Deitei atrás de uma moita

Pra mim eu já tava morto.

O velho falou: ’vista a blusa!

Em casa eu acerto com você,

Onde deixou sua vergonha?

Você tem que se comportar!’.

 

A moça ficou ali agoniada,

Não sabia se corria, ou se ficava

Pede ajuda ao pai pra tirar

A blusa que lá ainda estava.

Ele içou com a cartucheira

E eu deitado na tremedeira.

 

’Quem é ele? o velho perguntou,

Tava aqui e já se encantou

Ele saiu, mas um tiro vou dar 

Nas pernas dele quero acertar’.

Eu levantei, sai na carreira

 Caindo aqui; levantando acolá”.

 

Luciana sorrindo, achou bonito

Quando ele falou da cartucheira

Edisse: “Se vocês soubessem disto

Jamais teriam feito besteiras”.

E ele acrescentou: “Foi verdade,

O velho acabou nossa felicidade.

 

Luciana, eu já fiz você rir.

Abraçando-lhe disse o rapaz:

Me  conte uma das aventuras

Que nunca esqueceu, jamais,

Um passado da adolescência,

O tempo da gostosa essência.

 

Me conte história de amor,

Quando você virou uma flor.

Falo assim, mas você ainda

É jovem e também muito linda.

Outrora, muita gente encantou

E como eu, quem sabe, aprontou”.

 

“Edimar, na vida nunca ouvi

Nenhum conto de fadas,

Nem conheci Papai Noel.

Apenas fui muito paquerada

Isto foi o meu único troféu,

A adolescência é uma graça.

 

No tempo que eu era nova

Fui mesmo deslumbrante

Cada um que me namorava,

Veja como era interessante:

Queria logo cedo se casar,

Mas jovem amassa; não ama.

 

Adiei o sexo só para depois

Lá pra o final da adolescência,

Portanto, uma relação a dois

Demorei pra ter experiência.

Mas, desde os quinze namorei,

Porém, eu sempre me dominei.

 

Falo do primeiro namorado,

Eu tinha quinze anos, apenas

Com aquele medo danado,

Na cabeça estão as cenas:

Ele tocando meu corpo de moça,

As sensações vinham com força.

 

Ele me despertou,depois

Das românticas, poesias

Dele que escondida eu lia.

Vou recitar algumas pra você

Que estão aqui no meu coração

E ainda me dão muita emoção:

 

’Você é flor, é menina, é aurora...

É moça que fascina e namora.

Veio do amor e a atração brotou,

Quando nasceram em ti botões,

Surgiu novamente flor da flor

Atraindo com força, os corações.

 

Sei que os teus lábios têm o sabor           

Da melhor fruta fresquinha;

Imagino a sua boca gerando amor,

Loucamente beijando a minha.

Sua privacidade fico imaginando:

Será o que você faz sozinha?

 

Lá vem você, morena bela,

Ter o seu sabor, quem dera,

Sentir seu corpo de donzela!

Lá vem você, minha princesa,

Lá vem você, querida estrela;

Ter você, meu coração espera.

 

É duro, é de ferro, é de pedra;

É de aço, o seu coração.

Será que não sente atração?!

Imploro pelos teus abraços

E me deixas nesta solidão,

Assim sem você, vivo, não’.

 

Edimar, nesta última poesia

Ele fez uma lamentação

Que bateu forte e neste dia

Entreguei a ele meu coração.

Fiquei apaixonada, realmente

O interesse crescia na gente.

 

O primeiro abraço emocionante

Foi rápido, pois, eu tinha medo;

Com tanta timidez, interessante

Sem sabermos controlar cedo.

Pra mim foi o maior presente,

O primeiro beijo foi marcante.

 

Divertíamos numa certa noite 

Empolgados numa festa dançante,

Ele me chamou pra conversar

Logo decidi naquele instante.

Saímos dali, momentos depois

Pra ficarmos à sós, nós dois.

 

Quando voltávamos da festa,

Madrugada fria de seresta,

Éramos felizes namorados

E caminhávamos, lado a lado.

Eram tantas as curiosidades

E também muitas maldades.

 

Madrugada alegre, enluarada

E nós amando sobre o caminho,

Duas pessoas felizes, abraçadas

Falando do amor, com carinho.

Era gostoso, ele me tocando

E eu também, os dois amando.

 

Quanto mais me abraçasse

E por mais que te beijasse

A gente ficava mais carente,

Verdade, verdadeiramente.

Quando os abraços nos envolvia

 Uma onda de desejo nos cobria.

 

Continua na sub-página